A Real Biblioteca teve origem na Livraria do rei D. José, refeita após o grande terremoto de 1755, em Lisboa. Sob orientação do Abade Diogo Barbosa Machado, novas coleções foram incorporadas ao que restou da biblioteca incendiada, como a do próprio Barbosa Machado, as coleções de Francisco José da Serra, Brunelli, Simoni, arquiteto José da Costa e Silva e outros.
Com a vinda de D. João e sua corte em 1808 para o Brasil, a Real Biblioteca foi embalada para ser encaminhada ao mesmo destino da família real. Por motivos diversos, entretanto, a remessa das cerca de sessenta mil peças, acabaram sendo feitas em três viagens, entre 1810 e 1811. Em 1821, a família real retornou a Portugal e a maior parte dos manuscritos do acervo voltou com o padre Dâmaso, responsável pela Biblioteca. Após a independência em 1822, o governo imperial determinou que a Tipografia Nacional enviasse um exemplar de suas publicações à, então, Biblioteca Imperial e Pública da Corte. A legislação sofreu alterações ao longo dos anos e atualmente as Leis 10.994/2004 e 12.192/2010 regem o Depósito Legal com o objetivo de preservar a memória da produção intelectual brasileira.
A aquisição da Real Biblioteca se efetivou através da Convenção Adicional ao Tratado de Paz e Amizade de 1825, por 800 contos de réis, garantindo sua permanência no Brasil. No Brasil, novas aquisições enriqueceram e Real Biblioteca como as coleções Conde da Barca, De Angelis, Frei Veloso, Salvador de Mendonça, entre outras.
As 60 mil peças da Real Biblioteca constituem o núcleo formador da Biblioteca Nacional, atualmente com mais de nove milhões de peças.
A coleção encontra-se sob a guarda das diversas áreas da Biblioteca Nacional de acordo com o tipo de documento. (Fonte: SCHWARCZ, Lilia Moritz. A história de uma biblioteca: a Real Biblioteca... Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2000. Disponível em: http://bndigital.bn.br/projetos/200anos/realBiblioteca.html)
Instrumentos de pesquisa
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CATÁLOGO de aquisições de obras da Real Biblioteca. [S.l.], 09/11/1811-18/03/1813. Original. Manuscrito. 59 p. (MS-65,3,002 n.003)
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Inventário disponível em base de dados (parcial)
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INVENTÁRIO dos caixões de livros do Infantado, que vieram para a Real Biblioteca. [S.l., 18--?]. (MS-65,2,002 n.001).
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INVENTÁRIO dos caixões de livros que vieram para esta [Real] Biblioteca pertencentes à Coroa. [S.l., 18--?]. Ms. Letra de Feliciano Marques Perdigão. (MS-65,2,002 n.003)
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INVENTÁRIO dos caixões de livros que vieram para a Real Biblioteca, pertencentes à Coroa. [S.l., 18--?]. Ms. Letra de Feliciano Marquês Perdigão. (MS-65,2,002 n.011)
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PEDRO I, imperador do Brasil. Estatutos da Real Biblioteca. Rio de Janeiro, 1821. (MS-49,7,008)
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PERDIGÃO, Feliciano Marques. Catálogo da Real Biblioteca da Ajuda. v. 2. [S.l., 18--?].
(MS-I-18,01,002)
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PERDIGÄO, Feliciano Marques. Catálogo de cento e noventa e dois volumes de livros, dos que se compraram do doutor Miguel Franzini, (...) para fazer conduzir a esta livraria do Paço del Rei (...). Sítio de Nossa Senhora da Ajuda, 22 jan. 1773. Ms.
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PINHEIRO, Ana Virgínia. Projeto Inventário da Coleção de manuscritos da Real Biblioteca. Rio de Janeiro, 1992. Datilografado. (MS-65,1,004 n.013)
Publicações:
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CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da. O acervo da Biblioteca Nacional. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Brasil 1900-1910. Apresentação Plínio Doyle. Rio de Janeiro, 1980. 3v. (MS-26,3,10)
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SCHWARCZ, Lilia Moritz. A longa viagem da biblioteca dos reis: do terremoto de Lisboa à independência do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.